quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

tapetes de lã amarradinho


Como fazer tapetes de lã

 

Como fazer tapetes de lã – tapetes de nós

Os tapetes, passadeiras e tapeçarias de nós dão muito conforto à casa; são bonitos, resistentes e conferem um toque de originalidade à decoração.
Este tipo de trabalho é fácil de executar. Não são necessários instrumentos complicados – por exemplo, um tear – para criar estes produtos maravilhosos de uma arte antiga com origem no Oriente. E, o que é talvez ainda mais importante, também não são necessários grandes conhecimentos de trabalhos manuais.
O único instrumento necessário para fazer os tapetes de lã ou tapetes de nós é uma pequena agulha de tapeçaria própria para fazer os nós, que se pode comprar numa boa retrosaria. Com a ajuda desta agulha, a confecção dos nós com a lã de tapete sobre o material utilizado para fundo é mais fácil. Todo o outro material necessário para fazer o trabalho pode ser preparado em casa, o que torna tudo mais barato. Se não se quiser trabalhar por modelos já feitos, concebidos por outra pessoa e à venda no comércio, e que portanto são todos iguais, mas se preferir aplicar desenhos criados por nós, o trabalho torna-se ainda mais interessante.
Com um pouco de imaginação podemos desenhar belos motivos com características muito próprias.

Material e instrumentos para fazer os tapetes de lã

A agulha utilizada, que permite fazer os nós com toda a facilidade, assim como o tecido do fundo, uma tela de rede larga (tela de Esmirna), vendem-se nas boas retrosarias.
Esta tela do fundo é fabricada com diferentes larguras, que vão dos 40 cm aos 2 m. É uma tela de algodão forte de rede larga, com buracos, quadrados de cerca de 1 cm. Também existe à venda num material sintético. Mete-se um fio de lã em cada um destes buracos e faz-se um nó sobre um fio horizontal da tela. Obtém-se assim uma densidade de 100 nós para um decímetro quadrado.
Utiliza-se para os nós lã para tapete, a chamada lã de Esmirna, em meada ou já cortada, mas neste último caso a espessura do tapete depende sempre do comprimento dos fios. Aconselhamos pois, que se use de preferência a lã em meadas. Dessa maneira os fios podem ser cortados com o comprimentonecessário para que o pêlo do tapete fique com a altura que se desejar. Há lã de tapete em duas grossuras diferentes, que podem ambas ser usadas na confecção destes tapetes.
Também se pode aproveitar restos de lãs ou de fios de tricô ou croché para fazer os nós. Nesse caso, pode ser preciso trabalhar com dois ou quatro fios. Um outro material que se presta muito para fazer estes tapetes são os tecidos de malha de algodão. As camisolas de lã velhas também poderão ser aproveitadas – cortam-se em tiras de 15 mm de largura, no sentido da malha. Com 100 g de lã de tapete podem fazer-se cerca de 500 cm2, ou seja, aproximadamente uma tira de 5 cm de largura por 1 m de comprimento, embora isso também dependa da altura do pêlo do tapete.  
As peças confeccionadas por este processo são muito resistentes, mantêm-se bonitas durante muitos anos e não perdem a cor. Para as limpar sacodem-se e batem-se bem.

Preparação do fio para fazer os tapetes de lã

Quando se compra a lã de tapete em meadas ou se pretende usar restos de lã, fios de algodão ou misturas de fibras naturais e sintéticas tem de se começar por cortar o fio em bocados pequenos. Mas para os fios ficarem com o comprimento suficiente e, mais importante, todos com o mesmo comprimento, confecciona-se primeiro um pequeno instrumento auxiliar: corta-se num pau de vassoura um bocado com 30 cm de comprimento ou arranja-se um cilindro de madeira com este comprimento e um diâmetro semelhante e abre-se uma ranhura a todo o comprimento com a ajuda de um canivete e de uma lima; a ranhura deve ter 4 mm de profundidade e ficar bem direita. Enrola-se o fio em espiral apertada em volta deste pau cilíndrico, recobrindo de fio 10 a 20 cm do comprimento do pau. Cortam-se depois os fios com a tesoura, metendo-a na ranhura. Obtemos assim uma mão cheia de fios de cerca de 6 a 7 cm de comprimento. Podemos usar para este efeito uma régua de madeira ou uma tira de cartão grosso. Enrola-se o fio na régua ou na tira de cartão da mesma maneira e corta-se com a tesoura ao longo da parte de cima.
Guardam-se os fios cortados em saquinhos de plástico transparente, separando-os por cores. Assim, o material é identificado sem ser preciso retirá-lo do respectivo saco. Os fios mais finos têm de ser trabalhados dois a dois ou quatro a quatro. Mas, nesse caso, podem misturar-se para o mesmo nó fios de várias cores, o que proporciona possibilidades interessantes, especialmente quando se deseja preencher superfícies grandes de cor uniforme. Mistura-se, por exemplo, uma cor mais escura com três tons mais claros da mesma cor ou vice-versa, ou dois fios de cada cor. Com a lã assim preparada, pode-se deitar mãos à obra.
tela-esmirna-agulha

Como fazer O nó

Depois de se ter cortado uma tela do tamanho desejado, estende-se sobre uma mesa e começa-se por se embainhar com uma agulha e uma linha os lados por onde se cortou a tela, dobrando-os primeiro duas vezes, para a tela não desfiar. Só depois de o tapete estar pronto é que se rematam as orlas com fio de lã de uma cor a condizer, para fazer um remate de rolinho.
Começam-se os nós pela fila de quadrados de baixo, a toda a largura da tela e da esquerda para a direita.
O ponto de nó é também designado pelo nome de nó de Ermirna ou nó turco. Mete-se a agulha com a mão direita por debaixo do fio horizontal da tela (de cada quadrado) e puxa-se novamente para cima. Segura-se entretanto o fio de lã com a mão esquerda, dobrando-o ao meio, e empurra-se para baixo. Em seguida apanham-se com o gancho da agulha as duas pontas do fio, e metem-se por dentro da argola de fio, puxando para dar o nó.  
É assim que se faz o nó de Esmirna que, como podem ver, é muito simples. Quando se tem alguma prática o trabalho avança depressa.

O nó de Esmirna feito com uma agulha de coser

Podem fazer-se os tapetes de nós sobre fundos de outros tecidos que não a tela de Esmirna, mas têm de ser tecidos grossos como juta, serapilheira, telas, etc. Quando se trabalha nestes tecidos o nó de Esmirna faz-se com uma agulha de costura.
Depois de se ter feito e puxado o primeiro nó, coloca-se horizontalmente sobre o tecido um pauzinho cilíndrico bem liso, mais ou menos do comprimento e da espessura de um lápis, e fazem-se os nós de Esmirna todos de seguida à volta desse pauzinho. Quando o pauzinho está completamente coberto de nós, tira-se e cortam-se as argolas de fio. O comprimento do pêlo do tapete depende da espessura do pauzinho cilíndrico e é semelhante ao dos tapetes feitos com a agulha de tapeçaria. Mas quando se trabalha com a agulha de coser num fundo de tecido mais fechado do que a tela de Esmirna, ainda se tem outra possibilidade: não só se pode escolher à vontade a altura do pêlo do tapete, que depende da espessura do pauzinho de madeira, como também a densidade do pêlo, que é constante na tela de Esmirna. Pode-se, por exemplo, fazer o nó sempre em dois fios da urdidura do tecido do fundo ou em quatro fios, consoante a qualidade do tecido e o resultado que se pretende. Depois de se ter acabado uma fila horizontal de nós, pode-se saltar dois fios horizontais do tecido ou quatro fios. O pêlo do tapete fica assim mais ou menos denso. Tem-se portanto a possibilidade de determinar a gosto o número de nós feitos num decímetro quadrado do trabalho que está a ser executado.
Nos trabalhos que se destinam a ser usados como tapeçarias, o pêlo não deve ser muito comprido. Nos tapetes de pêlo mais curto os motivos sobressaem melhor. Quando se pretende que os motivos de uma superfície fiquem em relevo, executa-se o nó com fios mais compridos e desbastam-se depois as orlas dos motivos, para os fazer sobressair. Pode-se aproveitar também restos de lãs e outros fios para estes trabalhos de nós executados com uma agulha de coser.
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